Tuesday, April 28, 2015

As tragédias coletivas na visão espírita

Por Divaldo Franco



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Em "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec, tradução de José Herculano Pires

 
       728. A destruição é uma lei da Natureza?
 
      – E necessário que tudo se destrua para renascer e se regenerar porque  isso a que chamais destruição não é mais que transformação, cujo objetivo é a renovação e o melhoramento dos seres vivos.
 
      728 – a) O instinto de destruição teria sido dado aos seres vivos com fins providenciais?
 
      – As criaturas de Deus são os instrumentos de que ele se serve para atingir os seus fins. Para se nutrirem, os seres vivos se destroem entre si e isso com o duplo objetivo de manter o equilíbrio da reprodução, que poderia tornar-se excessiva, e de utilizar os restos do invólucro exterior. Mas é apenas o invólucro que é destruído e esse não é mais que acessório, não a parte essencial do ser pensante, pois este é o princípio inteligente indestrutível que se elabora através das diferentes metamorfoses por que passa.
 
      729. Se a destruição é necessária para a regeneração dos seres, por que a Natureza os cerca de meios de preservação e conservação?
 
     — Para evitar a destruição antes do tempo necessário. Toda destruição antecipada entrava o desenvolvimento do principio inteligente. Foi por isso que Deus deu a cada ser a necessidade de viver e de se reproduzir.
 
       730. Desde que a morte deve conduzir-nos a uma vida melhor, e que nos livra dos males deste mundo, sendo mais de se desejar do que de se temer, por que o homem tem por ela um horror instintivo que a torna motivo de apreensão?
 
       — Já o dissemos. O homem deve procurar prolongar a sua vida para cumprir a sua tarefa. Foi por isso que Deus lhe deu o instinto de conservação e esse instinto o sustenta nas suas provas; sem isso, muito freqüentemente ele se entregaria ao desânimo. A voz secreta que o faz repelir a morte lhe diz que ainda pode fazer alguma coisa pelo seu adiantamento. Quando um perigo o ameaça, ela o adverte de que deve aproveitar o tempo que Deus lhe concede,mas o ingrato rende geralmente graças à sua estrela, em lugar do Criador.
 
       731. Por que, ao lado dos meios de conservação, a Natureza colocou ao mesmo tempo os agentes destruidores?
 
      — O remédio ao lado do mal; já o dissemos, para manter o equilíbrio e  servir de contrapeso.
 
   732. A necessidade de destruição é a mesma em todos os mundos?
 
      — É proporcional ao estado mais ou menos material dos mundos e desaparece num estado físico e moral mais apurado. Nos mundos mais avançados que o vosso, as condições de existência são muito diferentes.
 
      733. A necessidade de destruição existirá sempre entre os homens na Terra?
 
      —A necessidade de destruição diminui entre os homens à medida que o Espírito supera a matéria; é por isso que ao horror da destruição vedes seguir-se o desenvolvimento intelectual e moral.
 
      734. No seu estado atua], o homem tem direito ilimitado de destruição sobre os animais?
 
      — Esse direito é regulado pela necessidade de prover à sua alimentação e à sua segurança; o abuso jamais foi um direito.
 
      735. Que pensar da destruição que ultrapassa os limites das necessidades e da segurança; da caça, por exemplo, quando não tem por objetivo senão o prazer de destruir, sem utilidade?
 
     — Predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que ultrapassa os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais não destroem mais do que necessitam, mas o homem, que tem o livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Prestará contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois nesses casos ele cede aos maus instintos.
      736. Os povos que levam ao excesso o escrúpulo no tocante à destruição dos animais têm mérito especial?
      — É um excesso, num sentimento que em si mesmo é louvável, mas que se torna abusivo e cujo mérito acaba neutralizado por abusos de toda espécie Eles têm mais temor supersticioso do que verdadeira bondade.
 
      737. Com que fim Deus castiga a Humanidade com flagelos destruidores?
     — Para fazê-la avançar mais depressa. Não dissemos que a destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos, que adquirem em cada nova existência um novo grau de perfeição? E necessário ver o fim para apreciaras resultados. Só julgais essas coisas do vosso ponto de vista pessoal, e as chamais de flagelos por causa dos prejuízos que vos causam; mas esses transtornos são freqüentemente necessários para fazer com que as coisas cheguem mais prontamente a uma ordem melhor, realizando-se em alguns anos o que necessitaria de muitos séculos(1). (Ver item 744.)
      738. Deus não poderia empregar, para melhorar a Humanidade, outros meios que não os flagelos destruidores?
      — Sim, e diariamente os emprega, pois deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. E o homem que não os aproveita; então, é necessário castigá-lo em seu orgulho e fazê-lo sentir a própria fraqueza.
      738 – a) Nesses flagelos, porém, o homem de bem sucumbe como os perversos; isso é justo?
     — Durante a vida, o homem relaciona tudo a seu corpo, mas, após a  morte, pensa de outra maneira. Como já dissemos, a vida do corpo é um quase nada; um século de vosso mundo é um relâmpago na Eternidade. Os sofrimentos que duram alguns dos vossos meses ou dias, nada são. Apenas um ensinamento que vos servirá no futuro. Os Espíritos que preexistem e sobrevivem a tudo, eis o mundo real. (Ver item 85.) São eles os filhos de Deus e o objeto de sua solicitude. Os corpos não são mais que disfarces sob os quais aparecem no mundo. Nas grandes calamidades que dizimam os homens, eles são como um exército que, durante a guerra, vê os seus uniformes estragados, rotos ou perdidos. O general tem mais cuidado com os soldados do que com as vestes.
      738 – b) Mas as vítimas desses flagelos, apesar disso, não são vítimas?
      — Se considerássemos a vida no que ela é, e quanto é insignificante em relação ao infinito, menos importância lhe daríamos. Essas vítimas terão noutra existência uma larga compensação para os seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem lamentar.
Comentário de Kardec: Quer a morte se verifique por um flagelo ou por uma causa ordinária, não se pode escapar a ela quando soa a hora da partida: a única diferença é que no primeiro caso parte um grande número ao mesmo tempo.
      Se pudéssemos elevar-nos pelo pensamento de maneira a abranger toda a Humanidade numa visão única, esses flagelos tão terríveis não nos pareceriam mais do que tempestades passageiras no destino do mundo.
 
      739. Esses flagelos destruidores têm utilidade do ponto de vista físico, malgrado os males que ocasionam?
     — Sim, eles modificam algumas vezes o estado de uma região; mas o  bem que deles resulta só é geralmente sentido pelas gerações futuras.
     740. Os flagelos não seriam igualmente provas morais para o homem, pondo-o às voltas com necessidades mais duras?
     — Os flagelos são provas que proporcionam ao homem a ocasião de exercitar a inteligência, de mostrar a sua paciência e a sua resignação ante a vontade de Deus, ao mesmo tempo que lhe permitem desenvolver os sentimentos de abnegação, de desinteresse próprio e de amor ao próximo, se ele não for dominado pelo egoísmo.
     741. E dado ao homem conjurar os flagelos que o afligem?
     — Sim, em parte, mas não como geralmente se pensa. Muitos flagelos são as conseqüências de sua própria imprevidência. Á medida que ele adquire conhecimentos e experiências, pode conjurá-los, quer dizer, preveni-los, se souber pesquisar-lhes as causas. Mas entre os males que afligem a Humanidade, há os que são de natureza geral e pertencem aos desígnios da Providência. Desses, cada indivíduo recebe, em menor ou maior proporção, a parte que lhe cabe, não lhe sendo possível opor nada mais que a resignação à vontade de Deus. Mas ainda esses males são geralmente agravados pela indolência do homem.
Comentário de Kardec: Entre os flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados em primeira linha a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais à produção da terra. Mas o homem não achou na Ciência, nos trabalhos de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, os meios de neutralizar ou pelo menos de atenuar tantos desastres? Algumas regiões antigamente devastadas por terríveis flagelos não estão hoje resguardadas? Que não fará o homem, portanto, pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar todos os recursos da sua inteligência e quando, ao cuidado da sua preservação pessoal, souber aliar o sentimento de uma verdadeira caridade para com os semelhantes? (Ver item 707.)
(1)  Esta resposta coloca de maneira bem clara o problema dos “saltos” da Natureza, de que tratamos em nota anterior. “O salto qualitativo” a que se refere a dialética marxista, e que para alguns contradiz a ordem evolutiva da doutrina espírita, é exatamente essa espécie de “transtornos” que apressam o desenvolvimento. Como se vê, o Espiritismo reconhece a existência e a necessidade desses “transtornos”, mas integrados no processo geral da evolução, não os admitindo como quebra desse processo. (N. do T.)
 
Fraternalmente,
Refletindo o Espiritismo


Friday, April 3, 2015

A Páscoa e o Espiritismo





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Nós, Espíritas, não celebramos a Páscoa. E a psicografia, abaixo, divulgada pelo Programa Transição, em sua página da rede social Facebook, explica primorosamente o porquê!

Mas, de qualquer forma, desejamos uma Páscoa em paz para todos os que celebram!

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"Jesus morreu?

Haverá um tempo em que a morte de Cristo não será representada por um dia.

Longe ainda se encontra esse momento, mas um dia assim será.

Ninguém se lembrará da morte de Jesus, pois todos estarão convictos que ele vive e resplandece de luz.
 
A vida é que deve ser contemplada, a morte apenas é um instante em que a matéria é atingida, tão somente isso deve ser observado com a morte.
 
Para o espírito é a liberdade, é o desprendimento, é a leveza que retorna e que se utiliza para atingir os planos superiores.
 
Abandonai irmãos a visão triste da morte, olhem a felicidade de um ciclo finalizado e a retomada de uma nova etapa.
 
Jesus se foi no período que se aproxima, mas vive em espírito e ainda com mais amplitude no coração de todos aqueles que em seus ensinamentos pautam as suas existências, atitudes e pensamentos.
 
Que o Cristo vivo esteja no pensamento de todos."
 
(Mensagem recebida pelo Grupo de Estudos de Psicografia da Sociedade Espírita Francisco de Assis)
 
Fraternalmente,
 
Refletindo o Espiritismo