Tuesday, May 20, 2014

Saudade de muitas vidas

  
Como um Fado de amor doído,
Que canta a saudade intensa;
Ao som de guitarras portuguesas,
Eu choro lembrança imensa.
 
E assim do meu mundo infinito,
Solitário porém povoado;
Carrego muitos de mim,
Acumulando um profuso legado.

Paisagens, cidades, famílias,
Amigos e desafetos cobrados;
O véu do esquecimento levanta,
Revelando muitos passados.

E na constante melancolia,
Viaja alto a recordação;
Sofrendo por vidas pretéritas,
Que ainda pulsam no coração.

Porém a saudade que queima,
Do desejo de voltar;
Ao mesmo tempo me chama,
Um futuro a desbravar.

Então quando o corpo descansa,
Peço luz e proteção;
Peço ao Pai discernimento,
E calma ao coração.

A alma nostálgica se aquieta,
E meu Fado de amor se contenta;
Até que as guitarras portuguesas,
Recomecem uma nova tormenta.

Fraternalmente,

Gabriela Junqueira Balassiano

Refletindo o Espiritismo

 

Tuesday, May 13, 2014

13 de maio e a dor da liberdade cerceada

Não se calaram os sons das chibatas,
Torturando sem perdão;
E o mal da senzala retumba,
Neste povo que carrega a escravidão.

Há 126 anos então assinada,
Foi a lei da Áurea liberdade;
De seres humanos vilmente humilhados,
Que ainda sofrem com tal atrocidade.

Nos porões de consciências tiranas,
Julgamos o credo e a aparência;
Matamos homens de cores e valores,
Nos abarrotamos de prepotência.

Até quando o Brasil persistirá,
Em liberdade cerceada conferir;
Acumulando débitos e ruínas,
Avesso a reforma e um novo porvir.

13 de maio que parou em 1888,
Aguardamos sua libertação;
Pedimos a nobre Isabel,
Que de novo interceda pela nação.

Fraternalmente,

Refletindo o Espiritismo

Friday, May 9, 2014

A maternidade

Pensamos muito sobre o que escrever em homenagem às mães este ano. E todas as tentativas não superaram as tão emocionantes, profundas, porém, singelas palavras do irmão Alírio de Cerqueira Filho, que publicamos no ano passado.

Então, decidimos reproduzir, novamente, os ensinamentos de Alírio, que nos emocionam a cada nova leitura. Feliz dia das mães!

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 “...Dentro de uma visão psicológica transpessoal, espiritual profunda, a mãe é o arquétipo da ligação com Deus. A função principal da mãe é a de fornecer esse modelo de ligação da criança com Deus, porque é a mãe que nos gera. Ao nos gerar, ela nos propicia a existência momentânea no corpo, da mesma forma que Deus nos gera a existência espiritual. Divide conosco as suas emoções mais íntimas durante toda a gestação.
Por isso ela nos deve dar respaldo emocional, aconchego e orientação. Até aos sete primeiros anos de vida é a nossa extensão, por isso é o Arquétipo Divino.”

“...Deus é o criador, e a mãe é co-criadora por excelência...”
“...a mãe co-cria oferecendo o seu próprio corpo, seu sangue, sua vida, toda uma série de funções biológicas, bem como espirituais.”

“...Durante a concepção há um acoplamento do perispírito do filho ao perispírito da mãe para o seu nutrimento não apenas biológico, mas, sobretudo, espiritual. Essa ligação energética espiritual é tão forte que perdura até aos sete anos de vida da criança, por uma espécie de cordão umbilical fluídico que une intensamente o filho à sua mãe.”
“...O Espírito é acoplado ao perispírito da mãe, permanencendo ligado por esse cordão fluídico que é criado no instante da concepção. Durante toda a gestação haverá o desenvolvimento do cordão umbilical físico. Na hora do parto é necessário cortar o cordão umbilical do corpo físico, porque uma parte dele prende-se à placenta que vai ser descartada. Corta-se e há um desfazimento do cordão umbilical físico, mas o fluídico permanece.

O cordão umbilical fluídico permanece estabelecendo a ligação perispiritual. A criança, ao sair do útero da mãe, não tem mais a ligação física, mas continua existindo a ligação psíquica e perispiritual.”
“...Esse cordão umbilical fluídico vai persistir de uma forma mais intensa até o final da primeira infância, aos 7 anos, quando se completa a reencarnação do Espírito. Na segunda infância, começa a se desfazer para desaparecer completamente no início da adolescência. Dessa ligação fluídica, perispírito com perispírito, é que surge esse sexto sentido que as mães, que realmente aceitam ser representantes do Arquétipo Divino, têm em relação aos seus filhos.”

“...Esse cordão fluídico é necessário porque há uma relação de dependência grande entre a mãe e a criança. A criança já pode viver fora do útero da mãe, mas não pode viver independentemente da mãe. A criança requer amamentação, carinho, cuidado e por isso essa ligação energética permanece.
Como a mãe é o Arquétipo Divino é ela que faz a ligação da criança com Deus. Esse cordão fluídico vai ser fundamental nessa ligação. É a mãe que tem como compromisso oferecer suporte emocional. Na primeira infância isso é até mais importante que a alimentação, como indicam muitas pesquisas em relação à afetividade na primeira infância.

No caso de crianças órfãs ou das que são abandonadas por suas mães, essa ligação fluídica vai ser reestabelecida pela mãe adotiva. No caso de não haver essa substituição, uma grande expiação para o espírito encarnado, o desenvolvimento da criança não é normal.”
“...Então, por isso tudo, por essa especialidade da mulher-mãe, ela terá com seu filho todo esse encanto maior e, se ela souber fazer uso disso, essa mãe, talhada pelo Arquétipo Divino, terá condições de tornar um Espírito despótico, reencarnado para transformar esse caráter, em um ser brando e humilde de coração, conforme convida Jesus.

Portanto, a mãe é o Arquétipo do Divino em todos nós. O objetivo principal da maternidade é ser esse Arquétipo Divino, que remete o filho a Deus. A maternidade é algo verdadeiramente sagrado.”
*arquétipo – modelo ou padrão passível de ser reproduzido; imagem primordial.


Fraternalmente,

Refletindo o Espiritismo