Trazendo consigo mesmo a soma dos reflexos bons e menos bons de que é
portador, segundo a colheita de méritos e prejuízos que semeou para si mesmo no
solo do tempo, o Espírito incorpora aos moldes reduzidos do próprio ser as
células do equipamento humano, associando-as à própria vida, desde a vesícula
germinal.
Amparado no colo materno, estrutura-se-lhe o corpo mediante as células referidas, que, em se multiplicando ao redor da matriz espiritual, como a limalha de ferro sobre o ímã, formam, a principio, os folhetos blastodérmicos de que se derivam o tubo intestinal, o tubo nervoso, o tecido cutâneo, os ossos, os músculos, os vasos.
Em breve, atendendo ao desenvolvimento espontâneo, acha-se o Espírito
materializado na arena física, manifestando-se pelo veículo carnal que o
exprime. Esse veículo, constituído por bilhões de células ou individuações
microscópicas, que se ajustam aos tecidos sutis da alma, partilhando-lhes a
natureza eletromagnética, lembra uma oficina complexa, formada de bilhões de motores
infinitesimais, movidos por oscilações eletromagnéticas, em comprimento de onda
específica, emitindo irradiações próprias e assimilando as irradiações do plano
em que se encontram, tudo sob o comando de um único diretor: a mente.
Desde a fase embrionária do instrumento em que se manifestará no mundo, o Espírito nele plasma os reflexos que lhe são próprios.
Criaturas existem tão conturbadas além-túmulo com os problemas decorrentes
do suicídio e do homicídio, da delinqüência e da viciação, que, trazidas ao
renascimento, demonstram, de imediato, os mais dolorosos desequilíbrios, pela
disfunção vibratória que os cataloga nos quadros da patologia celular.
As enfermidades congênitas nada mais são que reflexos da posição infeliz a que nos conduzimos no pretérito próximo, reclamando-nos a internação na esfera física, às vezes por prazo curto, para tratamento da desarmonia interior em que fomos comprometidos.
Surgem, porém, outras cambiantes dos reflexos do passado na existência
do corpo, da culpa disfarçada e dos remorsos ocultos.
São plantações de tempo certo que a lei de ação e reação governa, vigilante, com segurança e precisão.
É por isso que, muitas vezes, consoante os programas traçados antes do
berço, na pauta da dívida e do resgate, a criatura é visitada por estranhas
provações, em plena prosperidade material, ou por desastres fisiológicos de
comovente expressão, quando mais irradiante se lhe mostra a saúde.
Contudo, é imperioso lembrar que reflexos geram reflexos e que não há pagamento sem justos atenuantes, quando o devedor se revela amigo da solução dos próprios débitos.
A prática do bem, simples e infatigável pode modificar a rota do destino, de vez que o pensamento claro e correto, com ação edificante, interfere nas funções celulares, tanto quanto nos eventos humanos, atraindo em nosso favor, por nosso reflexo melhorado e mais nobre, amparo, luz e apoio, segundo a lei do auxílio.”
(Livro: Pensamento e Vida, pelo espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, cap. 14, ed. FEB)
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