Por que, para
muitos de nós, somente em situações de tragédias, em que podemos perder a vida corpórea, nos convidamos à refletir o
quão pequeninos e impotentes somos?
Todos ficamos
vulneráveis e iguais e, somente então, reavaliamos os nossos conceitos sobre o
que é mais importante na vida, nossas crenças e descrenças, valores espirituais,
morais e materiais. Sempre diante de uma tragédia paramos para pensar
sobre o que estamos fazendo da nossa breve passagem pela Terra. E as tragédias
naturais não escolhem cor, raça, religião, poder aquisitivo ou escolaridade, elas acontecem para todos, sem distinção.
Segundos antes,
famílias inteiras estão felizes (ou não!) e reunidas dentro de suas casas
confortáveis, recheadas de prazeres e bens materiais e, num piscar de olhos,
tudo quase se desintegra, fazendo com que estas pessoas pensem somente em
sobreviver.
Segundos antes, as
escolas estão repletas das nossas
crianças alegres, levadas, curiosas, carregadas de vida e vontade de aprender e,
num piscar de olhos, estão sob escombros.
Segundos antes, está
estacionado na rua o nosso carro do ano, potente e luxuoso, capaz de nos
transportar por entre as lindas paisagens e também por entre os desabrigados no
trânsito e, num piscar de olhos, vira um monte de lata, uma sucata sem uso.
Segundos antes,
estamos diante de alguém que avaliamos, prepotentemente, ser menos conhecedor
das ciências humanas, um desprovido intelectual em relação ao que nós achamos
que sabemos e, num piscar de olhos, estamos abraçados e unidos pedindo a Deus
para sêrmos poupados da tragédia.
Segundos antes,
estamos diante da nossa mesa de trabalho, pensando em como crescer mais e mais
no que fazemos, sem tempo de olhar se é dia ou noite lá fora e, num piscar de
olhos, estamos implorando por mais uma pequena chance de sentir a brisa do mar
e ver nossos filhos crescerem.
Segundos antes,
temos o que pensamos ser tudo e, num piscar de olhos, ficamos com aquilo que
pensamos ser o nada!
Se por um lado
os homens conseguem controlar, um pouquinho, algumas doenças e perigos urbanos
para sobreviverem, por outro lado as tragédias da natureza chegam implacáveis.
E é diante desta impossibilidade e pequeneza humana, que devemos nos lembrar de
praticar a humildade a todos os instantes, carregando sempre a certeza de que
tudo tem a sua razão de ser e acontecer.
A nossa própria
existência e os bens materiais e intelectuais, subsistem para serem usados com equilíbrio
em prol do progresso coletivo e, não somente, em benefício egoísta daquele que
os conquistam. E é diante de tragédias, sejam naturais ou criadas pelos homens,
que comprovamos que de nada adiantará a avareza de qualquer espécie, a desunião
e as guerras incompreensivelmente chamadas de “Santas”. A falta de caridade e
humildade ecoarão estridentes nas consciências culpadas.
Além da
solidariedade que devemos a estes irmãos que passam por estas tragédias,
através de orações ou ajudas efetivas, vamos nos convidar a uma reflexão sobre
como estamos usando a nossa existência e onde podemos aperfeiçoar em direção ao
bem! Respeitemos uns aos outros, seja qual for a sua condição. Vamos aproveitar
e criar sempre oportunidades de nos ajudármos.
E, como em vidas
passadas, respeitemos a Mãe Natureza, esta obra perfeita de um Autor Perfeito,
que nós não estamos preservando. Infelizmente, todos nós, de uma forma ostensiva
ou mais velada, estamos descontrolando a harmonia da natureza.
Antes de
iniciármos nossos dias, antes de saírmos da cama, vamos agradecer a Deus por
mais um dia de vida e vamos tentar usar este dia da melhor forma possível, para
que, NOS SEGUNDOS ANTES, SEJAMOS A MESMA PESSOA DE BEM DO DEPOIS DO PISCAR DE
OLHOS. Que uma tragédia nunca seja o incentivo para a nossa mudança do EU HOMEM
VELHO para o EU HOMEM NOVO!
Gabriela Junqueira
Balassiano
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