Medicina Espiritual
“A saúde humana
nunca será o produto de comprimidos, de anestésicos, de soros, de alimentação
artificialíssima. O homem terá de voltar os olhos para a terapêutica natural,
que reside em si mesmo, na sua personalidade e no seu meio ambiente. Há
necessidade, nos tempos atuais, de se extinguirem os absurdos da “fisiologia
dirigida”. A medicina precisa criar os processos naturais de equilíbrio
psíquico, em cujo organismo, se bem que remoto para as suas atividades
anatômicas, se localizam todas as causas dos fenômenos orgânicos tangíveis. A
medicina do futuro terá de ser eminentemente espiritual, posição difícil de ser
atualmente alcançada, em razão da febre maldita do ouro; mas os apóstolos
dessas realidades grandiosas não tardarão a surgir nos horizontes acadêmicos do
mundo, testemunhando o novo ciclo evolutivo da Humanidade. O estado precário da
saúde dos homens, nos dias que passam, tem o seu ascendente na longa série de
abusos individuais e coletivos das criaturas, desviadas da lei sábia e justa da
Natureza. A Civilização, na sua sede de bem-estar, parece haver homologado
todos os vícios da alimentação, dos costumes, do sexo e do trabalho. Todavia,
os homens caminham para as mais profundas sínteses espirituais. A máquina, que
estabeleceu tanta miséria no mundo, suprimindo o operário e intensificando a
facilidade da produção, há de trazer, igualmente, uma nova concepção da
civilização que multiplicou os requintes do gosto humano, complicando os
problemas de saúde; há de ensinar às criaturas a maneira de viverem em harmonia
com a Natureza.”
O Mundo Marcha para a
Síntese
“Marcha-se para
a síntese e não deve causar surpresa a ninguém a minha assertiva de que não vos
achais na época em que a ciência prática da vida vos ensinará o método do
equilíbrio perfeito, em matéria de saúde. Os corpos humanos serão alimentados,
segundo as suas necessidades especiais, sem dispêndio excessivo de energias
orgânicas. As proteínas, os hidratos de carbono e as gorduras, que constituem
as matérias-primas para a produção de calorias necessárias à conservação do
vosso corpo e que representam o celeiro das economias físicas do vosso
organismo, não serão tomados de maneira a prejudicar-se o metabolismo,
estabelecendo-se, dessa forma, uma harmonia perfeita no complexo celular da
vossa personalidade tangível, harmonia essa que perdurará até o fenômeno da
desencarnação.
Mas, todas essas
exposições objetivam a necessidade de aplicarmos largamente as nossas possibilidades
na solução dos problemas humanos para a melhoria do futuro.
É verdade que,
por muito tempo ainda, teremos, em oposição ao nosso idealismo, a questão do
interesse e do dinheiro, porém, trabalhemos confiantes na misericórdia divina.
Emprestemos o
nosso concurso a todas as iniciativas que nobilitem o penoso esforço das
coletividades humanas, e não olvidemos que todo bem praticado reverterá em
benefício da nossa própria individualidade.
Trabalhemos
sempre com o pensamento voltado para Jesus, reconhecendo que a preguiça, a
suscetibilidade e a impaciência nunca foram atributos das almas desassombradas
e valorosas.
Emmanuel
(Livro:
Emmanuel, pelo espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed.
FEB)
Entre o racionalismo de Kardec e o romantismo não comprovado das informações trazidas por inúmeros médiuns que procuraram transformar o Espiritismo científico e filosófico em religião, fico com o primeiro. O nosso mundo é o que é, pois isso tem uma razão de ser no contexto da Lei Natural. Estamos aqui para sofrer na matéria as consequências de nossos erros pregressos e atuais, com a medicina - que criamos com o nosso próprio esforço – servindo ao nosso próprio alívio, num processo que nos força a começar a entender a conexão entre a moral e as doenças. Mas isso é um processo muito lento num mundo de provas e expiações, como é o nosso. A medicina aqui na Terra (em constante evolução e transformação) continua necessária para nossas pequenas e grandes dores. Dezenas de séculos à frente, já moralmente mais equilibrados com respeito à nossa precária moral, mereceremos habitar mundos onde a matéria não é tão grosseira e em que a “medicina”, aí sim, poderá ser considerada como sendo de natureza espiritual. A propósito, lembre-se que todos os médiuns de cura do passado e de hoje, recomendam que não se dispense a medicina tradicional, a par, obviamente, da revisão da conduta pessoal.
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