Brilha em tudo e em tudo palpita na mesma vibração de sabedoria e
beleza.
É fundamento da vida e justiça de toda a Lei.
Surge, sublime, no equilíbrio dos mundos erguidos à glória da imensidade,
quanto nas flores anônimas esquecidas no campo.
Nele fulgura, generosa, a alma de todas as grandes religiões que
aparecem, no curso das civilizações, por sistemas de fé à procura da comunhão
com a Bondade Celeste, e nele se enraíza todo o impulso de solidariedade entre os homens.
Plasma divino com que Deus envolve tudo o que é criado, o amor é o
hálito dEle mesmo, penetrando o Universo.
Vemo-lo, assim, como silenciosa esperança do Céu, aguardando a evolução
de todos os princípios e respeitando a decisão de todas as consciências.
Mercê de semelhante bênção, cada ser é acalentado no degrau da vida em
que se encontra.
O verme é amado pelo Senhor, que lhe concede milhares e milhares de
séculos para levantar-se da viscosidade do abismo, tanto quanto o anjo que o
representa junto do verme. A seiva que nutre a rosa é a mesma que alimenta o
espinho dilacerante. Na árvore em que se aninha o pássaro indefeso, pode
acolher-se a serpente com as suas armas de morte. No espaço de uma penitenciária,
respira, com a mesma segurança, o criminoso que lhe padece as grades de sofrimento
e o correto administrador que lhe garante a ordem.
O amor, repetimos, é o reflexo de Deus, Nosso Pai, que se compadece de
todos e que a ninguém violenta, embora, em razão do mesmo amor infinito com que
nos ama, determine estejamos sempre sob a lei da responsabilidade que se
manifesta para cada consciência, de acordo com as suas próprias obras.
E, amando-nos, permite o Senhor perlustrarmos sem prazo o caminho de
ascensão para Ele, concedendo-nos, quando impensadamente nos consagramos ao
mal, a própria eternidade para reconciliar-nos com o Bem, que é a Sua Regra
Imutável.
Herdeiros dEle que somos, raios de Sua Inteligência Infinita e sendo Ele
Mesmo o Amor Eterno de Toda a Criação, em tudo e em toda parte, é da legislação
por Ele estatuída que cada espírito reflita livremente aquilo que mais ame, transformando-se, aqui e ali, na
luz ou na treva, na alegria ou na dor a que empenhe o coração.
Eis por que Jesus, o Modelo Divino, enviado por Ele à Terra para
clarear-nos a senda, em cada passo de seu Ministério tomou o amor ao Pai por
inspiração de toda a vida, amando sem a preocupação de ser amado e auxiliando
sem qualquer idéia de recompensa.
Descendo à esfera dos homens por amor, humilhando-se por amor, ajudando
e sofrendo por amor, passa no mundo, de sentimento erguido ao Pai Excelso,
refletindo-lhe a vontade sábia e misericordiosa. E, para que a vida e o pensamento de todos nós lhe
retratem as pegadas de luz, legou-nos, em nome de Deus, a sua fórmula
inesquecível: – “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”
(Livro: Pensamento e Vida, pelo espírito Emmanuel, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, cap. 30, ed. FEB)
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