Thursday, December 5, 2013

O Natal do Cristo

A Sabedoria da Vida situou o Natal de Jesus frente do Ano Novo, na memória da Humanidade, como que renovando as oportunidades do amor fraterno, diante dos nossos compromissos com o Tempo.

Projetam-se anualmente sobre a Terra, os mesmos raios excelsos da Estrela de Belém, clareando a estrada dos corações na esteira dos dias incessantes, convocando-nos a alma, em silêncio, à ascensão de todos os recursos para o bem supremo.
A recordação do Mestre desperta novas vibrações no sentimento da Cristandade.

Não mais o estábulo simples, nosso próprio espírito, em cujo íntimo o Senhor deseja fazer mais luz...
Santas alegrias nos procuram a alma, em todos os campos do idealismo evangélico. Natural o tom festivo das nossas manifestações de confiança renovada, entretanto, não podemos olvidar o trabalho renovador a que o Natal nos convida, cada ano, não obstante o pessimismo cristalizado de muitos companheiros, que desistiram temporariamente da comunhão fraternal.

E o ensejo de novas relações, acordando raciocínios enregelados com as notas harmoniosas do amor que o Mestre nos legou.
E a oportunidade de curar as nossas próprias fraquezas retificando atitudes menos felizes, ou de esquecer as faltas alheias para conosco, restabelecendo os elos da harmonia quebrada entre nós e os demais, em obediência à lição da desculpa espontânea, quantas vezes se fizerem necessárias.

É o passo definitivo para a descoberta de novas sementeiras de serviço edificante, através da visita aos irmãos mais sofredores do que nós mesmos e da aproximação com aqueles que se mostram inclinados à cooperação no progresso, a fim de praticarmos, mais intensivamente, o princípio do “amemo-nos uns aos outros”.
Conforme a nossa atitude espiritual ante o Natal, assim aparece o Ano Novo à nossa vida.

O aniversário de Jesus precede o natalício do Tempo.
Com o Mestre, recebemos o Dia do Amor e da Concórdia.

Com o Tempo, encontramos o Dia da Fraternidade Universal.
O primeiro renova a alegria.

O segundo reforma a responsabilidade.
Comecemos oferecendo a Ele cinco minutos de pensamento e atividade e, a breve espaço, nosso espírito se achará convertido em altar vivo de sua infinita boa vontade para com as criaturas, nas bases da Sabedoria e do Amor.

Não nos esqueçamos.
Se Jesus não nascer e crescer, na manjedoura de nossa alma, em vão os Anos Novos se abrirão iluminados para nós.

EMMANUEL
(Do livro Fonte de Paz, Francisco Cândido Xavier, editora IDE)

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Sobre o quadro do Sr. Ingres

“Falei-vos, recentemente, de Jesus menino no meio dos doutores, e fazia ressaltar sua iluminação divina no meio das sábias trevas dos sacerdotes judeus. Temos um exemplo a mais de que a espiritualidade e os movimentos da alma constituem a fase mais brilhante na arte. Sem conhecer a Sociedade Espírita, pode-se ser um grande artista espiritualista, e Ingres nos mostra, em sua nova obra, o estudo do artista, mas também sua inspiração mais pura e a mais ideal; não esse falso ideal, que engana tanta gente e que é uma hipocrisia da arte sem originalidade, mas o ideal haurido na natureza simples, verdadeira e, consequentemente, bela em toda a acepção da palavra. Nós outros, Espíritos, aplaudimos as obras espiritualistas tanto quanto censuramos a glorificação dos sentimentos materiais e do mau gosto. É uma virtude sentir a beleza moral e a beleza física nesse ponto; é a marca certa de sentimentos harmoniosos no coração e na alma, e quando o sentimento do belo está desenvolvido nesse ponto, é raro que o sentimento moral não o esteja também. É um grande exemplo o desse velho de oitenta anos, que representa, no meio da sociedade corrompida, o triunfo do Espiritualismo, com o gênio sempre jovem e sempre puro da fé.”

LAMENNAIS

(Sociedade Espírita de Paris, 2 de maio de 1862. – Médium, Sr. A. Didier)


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