No capítulo XXVIII, em Preces Espíritas, de O
Evangelho Segundo o Espiritismo, encontramos o Pai Nosso como o símbolo maior
de todas as preces. Lá temos toda a oração explicada, frase a frase, nos seus
mais profundos significados.
Nossos Irmãos de
Luz, bem como Jesus, nos dizem que a prece não tem um modelo ou segredo, e que
o mais importante é o que nos fala o coração! Cada ação no amor, cada olhar
benevolente, cada lembrança da existência do Criador, são formas de estar em
oração.
Mas o Mestre,
sabedor de nossas necessidades e ignorâncias, nos deixou esta, digamos, “fórmula
perfeita” de uma humilde súplica a Deus, para que lapidemos a alma, tornando-a
mais amorosa, sincera e apta às orações “espontâneas”.
E são séculos e
mais séculos que repetimos as tão conhecidas frases da oração dominical, sem que
a alcancemos no seu mais verdadeiro sentido. São séculos e mais séculos que
proferimos palavras ao vento, que não passam de ecos vazios, sem sentimento e
compreensão de tão suprema obra poética do Nazareno.
Levemos o Pai
Nosso, verdadeiramente, para dentro de nossos lares, nossos trabalhos, nossas
amizades e nossas Casas Espíritas. Vivamos o Pai Nosso e façamos nossa reforma
íntima, sejamos o Pai Nosso, assim como Jesus nos ensinou!
Veja abaixo o
que nos diz a obra codificada por Allan Kardec, no prefácio que antecede o Pai
Nosso:
“ORAÇÃO DOMINICAL
2. PREFÁCIO.
Os Espíritos recomendaram que, encabeçando esta coletânea, puséssemos a Oração
dominical, não somente como prece, mas também como símbolo. De todas as
preces, é a que eles colocam em primeiro lugar, seja porque procede do próprio Jesus
(S. Mateus, 6:9 a 13), seja porque pode suprir a todas, conforme os
pensamentos que se lhe conjuguem; é o mais perfeito modelo de concisão,
verdadeira obra-prima de sublimidade na simplicidade. Com efeito, sob a mais
singela forma, ela resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo
mesmo e para com o próximo. Encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e
de submissão; o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da caridade.
Quem a diga, em intenção de alguém, pede para este o que pediria para si.
Contudo, em virtude mesmo da sua brevidade, o sentido profundo
que encerram as poucas palavras de que ela se compõe escapa à maioria das
pessoas. Daí vem o dizerem-na, geralmente, sem que os pensamentos se detenham sobre as aplicações
de cada uma de suas partes. Dizem-na como uma fórmula cuja eficácia se ache
condicionada ao número de vezes que seja repetida. Ora, quase sempre esse é um
dos números cabalísticos: três, sete ou nove, tomados à antiga crença
supersticiosa na virtude dos números e de uso nas operações da magia.
Para preencher o que de vago a concisão desta prece
deixa na mente, a cada uma de suas proposições aditamos, aconselhado pelos
Espíritos e com a assistência deles, um comentário que lhes desenvolve o sentido e mostra as aplicações.
Conforme, pois, as circunstâncias e o tempo de que disponha, poderá, aquele que
ore, dizer a Oração dominical, ou na sua forma simples, ou na desenvolvida.”
Fraternalmente!
Refletindo o Espiritismo
Leia também: Oração
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